Microdoses de LSD Melhoram o Humor e a Cognição

Dan Robitzski / 21 de outubro de 2020

Futurism.com

Novas pesquisas dão mais credibilidade às evidências anedóticas de que microdoses de ácido lisérgico (LSD), quantidades da droga muito pequenas para provocar experiências psicodélicas, mas suficientes para que se sintam alguns efeitos, podem ajudar a melhorar a sua concentração.

No estudo placebo-controlado, publicado no periódico European Neuropsychopharmacology, cientistas da Universidade da Basileia, na Suíça, e da Universidade de Maastrich, nos Países Baixos, forneceram a voluntários uma pequena dose de LSD ou um placebo, e a seguir avaliaram a capacidade desses indivíduos de prestar atenção e processar informações, além de acompanhar o humor deles.

Assim como  a maior parte das pesquisas com drogas psicodélicas, o estudo foi algo pequeno e limitado, de forma que quaisquer conclusões devem ser encaradas com um certo ceticismo.  Porém, a equipe de pesquisadores encontrou de fato diferenças nítidas de acordo com o tamanho das doses de LSD, tendo identificado os limites a partir dos quais a substância começa e deixa de oferecer benefícios.

Uma dose recreativa típica mínima de LSD geralmente é de  cerca de 100 microgramas. Mas, neste caso, os médicos utilizaram uma dose bem menor.

Os 24 voluntários que participaram da pesquisa, e que relataram já haver utilizado, em média, 2,75 vezes as drogas psicodélicas, receberam doses de cinco, 10 ou 20 microgramas de LSD. Um quarto grupo recebeu um placebo para que fosse possível determinar se quaisquer alterações detectadas seriam provocadas realmente pela droga.   Cada grupo consistia de apenas seis voluntários e, portanto, será necessário um estudo de maior dimensão para validar essas descobertas. Mas esse foi também o primeiro experimento a distinguir diversas respostas individuais de acordo com cada dosagem.

Os voluntários que receberam cinco microgramas foram capazes de se concentrar e prestar atenção – um efeito que reapareceu entre os que tomaram a dose mais elevada de 20 microgramas – mas também relataram maior sensação de ansiedade. O grupo que tomou cinco microgramas trambém se mostrou mais amigável, segundo o estudo.

Os participantes que tomaram 10 microgramas tiveram uma sensação aumentada de consciência, um efeito que também foi observado no grupo de 20 microgramas. Conforme era de se esperar, os efeitos mais significativos ocorreram com a dose de 20 microgramas, com a qual os participantes tiveram a melhoria mais notável de humor, mas também se sentiram mais confusos.

Para quem deseja experimentar uma microdose, o estudo não chega a oferecer algo como um guia do usuário, e apenas sugere que pode ser inútil tomar doses inferiores a cinco microgramas. No entanto, a pesquisa foi capaz de criar um roteiro para outros cientistas, ao descobrir quais efeitos do LSD surgem com cada dose, e ao esclarecer como os futuros pesquisadores poderaão esperar levar isso em consideração ao conduzirem os seus próprios estudos.

Mais informações sobre microdoses: Pesquisa: Microdoses de LSD são tão eficientes quanto opióides para o Tratamento da Dor

Tradução: Danilo Fonseca

Índices de Reinfecção da Covid-19 são na Verdade “Muito Tranquilizadores”

“Pode  haver mais casos, mas as reinfecções parecem ser extremamente raras, algo em torno de um caso em um milhão”.

Dan Robitzski / 21 de outubro de 2020

futurism.com

Estamos nos aproximando rapidamente do provável aniversário de um ano da primeira infecção de um ser humano pelo coronavírus SARS-CoV-2, o que provocou a pandemia que atualmente está no seu terceiro grande ciclo de alta nos Estados Unidos.

Entretanto, somente um diminuto grupo de pessoas dentre as quase 41 milhões que contraíram a Covid-19 em todo o mundo parece ter sido reinfectado após ter se recuperado da doença.  E isso, de acordo com o famoso cardiologista e escritor Eric Topol, é um caso raro de boa notícia em meio à pandemia.

Citando um relatório de progressão do coronavírus publicado pelo periódico “Nature”, Topol observou no Twitter que apenas 32 pacientes infectados pelo coronavírus em todo o mundo tiveram reinfecções confirmadas.

“Isso é bastante tranquilizador, Nate”, disse Topol, em resposta a Nate Silver, editor-chefe do website FiveThirtyEight. “Trinta e dois casos de reinfecção documentados pela genômica em todo o mundo atualmente, dentre mais de 40 milhões de casos confirmados. “Podem haver mais casos mas as reinfecções parecem ser extremamente raras, algo em torno de um caso em um milhão”.

Há meses a questão das reinfecções tem intrigado os cientistas, que desejam saber se o fato de um paciente se recuperar da Covid-19 o protegeria de pegar a doença uma segunda vez. Após evidências anedóticas terem indicado, de forma contraditória, que a reinfecção seria possível ou não, os médicos confirmaram uma reinfecção pela primeira vez em agosto.

Esses números poderiam mudar à medida que a pandemia progredisse  —  já que os 32 casos de reinfecção são aqueles que foram definitivamente confirmados por um médico, sendo possível que outros casos tenham passado desapercebidos. E, com um intervalo de apenas alguns meses, no máximo, entre infecções, poderíamos presenciar um aumento dos casos de reinfecção sempre que a resistência do sistema imunológico ao coronavírus diminuísse naturalmente, caso isso de fato ocorra.

Mas, por hora, conforme disse Topol, os dados sugerem que a reinfecção é provavelmente um problema menor dentro do quadro geral da pandemia.

Mais sobre a reinfecção pelo coronavírus Mulher Morre Após Contrair o Coronavírus pela Segunda Vez

Tradução: Danilo Fonseca

Astromóvel da Nasa pode ter descoberto sinais de vida antiga em Marte

Seria esse composto orgânico um sinal de vida marciana antiga?

Victor Tangermann

Futurism.com

Uma equipe internacional de astrobiólogos alega que moléculas orgânicas descobertas pelo astromóvel Curiosity da Nasa em Marte podem ser evidência de vida no planeta vermelho.

 Em um artigo publicado no periódico “Astrobiology”, a equipe argumenta que a presença de “tiofenos”, que são substâncias especiais encontrados em carvão, petróleo e trufas brancas na Terra, poderiam ser um sinal de vida antiga em Marte.

“Nós identificamos diversas rotas biológicas para os tiofenos que parecem mais prováveis do que as rotas químicas, mas ainda necessitamos de provas”, afirmou em uma declaração Dirk Schulze-Makuch, astrobiólogo da Universidade do Estado de Washington e principal autor do artigo.

A equipe, no entanto, não está ainda chegando a nenhuma conclusão.

“Quando achamos tiofenos na Terra, a ideia é que eles tenham origem biológica, mas é claro que em Marte o critério para provar tal alegação é bem mais rigoroso”, acrescentou Schulze-Makuch.

Embora os tiofenos sejam feitos de dois elementos essenciais à vida, carbono e enxofre, ainda é possível que eles tenham sido criados por impactos de meteoros que aqueceram sulfatos a altas temperaturas – uma possível explicação que os cientistas estão também levando em consideração.

Se os compostos forem de fato um sinal de vida, eles podem ser o resultado da quebra de sulfatos por bactérias há cerca de três bilhões de anos.

Mas é muito cedo para se chegar a conclusões.

O astromóvel Curiosity analisa substâncias quebrando-as em fragmentos.  Já o futuro astromóvel Rosalind Franklin, da Agência Espacial Europeia, poderia preencher as lacunas com o seu Analisador de Moléculas Orgânicas de Marte (Moma, na sigla em inglês), que não usa a técnica destrutiva do Curiosity.

O que deixa Schulze-Makuch mais entusiasmado é a possibilidade de que sejam encontradas diferentes proporções de isótopos pesados e leves nas substâncias, o que, segundo o pesquisador, seria o resultado da decomposição desta em elementos por organismos e “um sinal denunciador da vida”.

“Conforme dizia Carl Sagan, ‘alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias’”, disse Schulze-Makuch.  “Eu acredito que para termos uma prova, será realmente necessário enviarmos pessoas para lá. Um astronauta poderá olhar através de um microscópio e enxergar um micróbio se movendo”.

LEIA MAIS (artigos em inglês): Organic molecules discovered by Curiosity Rover consistent with early life on Mars: study [Washington State University]

Tradução: Danilo Fonseca

Derretimento de Gelo no Ártico Está Mudando Correntes Oceânicas

Derretimento de Gelo no Ártico Está Mudando Correntes Oceânicas

NASA

6 de fevereiro de 2020

Uma importante corrente oceânica no Ártico está mais rápida e turbulenta como resultado do rápido derretimento do gelo marinho, segundo revela um novo  estudo da Nasa.  A corrente faz parte de um delicado ambiente ártico que está sendo agora inundado com água doce, um efeito da mudança climática provocada pelo ser humano.

Usando 12 anos de dados de satélites, cientistas mediram de que forma essa corrente circular, conhecida como Giro de Beaufort, equilibrou precariamente um influxo de quantidades sem precedentes de água doce e fria, uma mudança que poderia alterar as correntes do Oceano Atlântico e resfriar o clima da Europa Ocidental.

o Giro de Beaufort mantém o ambiente polar em equilíbrio ao armazenar água doce próximo à superfície do oceano. O vento sopra o giro oceânico em sentido horário em torno do Oceano Ártico Ocidental, ao norte do Canadá e do Alasca, onde ele naturalmente coleta água doce oriunda do derretimento de geleiras, do escoamento dos rios no mar e das chuvas.  Essa água doce é importante no Ártico, em parte porque ela flutua sobre a água salgada e mais quente, e ajuda a proteger o gelo marinho do derretimento, o que, por sua vez, ajuda a regular o clima da Terra.  O giro a seguir libera vagarosamente essa água doce no Oceano Atlântico no decorrer de décadas, permitindo que as correntes deste oceano a carreguem em pequenas quantidades.

Porém, desde a década de noventa do século passado, o giro acumulou uma grande quantidade de água doce, 8 mil km2, ou o equivalente a quase à metade do volume do Lago Michigan.   O novo Estudo, publicado no periódico “Nature Communications”, revelou que a causa desse aumento da concentração de água doce é a pera de gelo marinho no verão e no outono.  Esse declínio da cobertura de gelo marinho de verão no Ártico, que vem ocorrendo há décadas, deixou o Giro de Beaufort mais exposto ao vento, que faz com que essa corrente gire mais rapidamente e capture a água doce.

Ventos de oeste persistente também arrastaram essa corrente de sentido horário para uma direção por mais de 20 anos, aumentando a sua velocidade e o seu tamanho e impedindo que a água doce deixasse o Oceano Ártico.  O fato de esses ventos de oeste durarem décadas era algo incomum na região, onde os ventos costumavam mudar de direção em períodos de cinco a sete anos.

Os cientistas têm observado o Giro de Beaufort para o caso de os ventos mudarem novamente de direção.  Se isso ocorresse, o vento reverteria a direção da corrente, fazendo com que ela girasse em sentido anti-horário e liberasse de uma só vez toda a água doce acumulada.

“Se o Giro de Beaufort liberasse o excesso de água doce no Oceano Atlântico, isso poderia potencialmente reduzir a velocidade da sua circulação. E isso teria consequências para todo o hemisfério no que diz respeito ao clima, especialmente na Europa Ocidental”, afirma Tom Armitage, principal autor do estudo e cientista polar do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia.

A água doce liberada do Oceano Ártico no Atlântico Norte pode modificar a densidade das águas superficiais.  Normalmente, a água do Ártico perde calor e umidade para a atmosfera e desce para o fundo do oceano, de onde ela empurra a água do norte do Oceano Atlântico para os trópicos, como se fosse uma esteira transportadora.

Essa importante corrente é chamada de Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico e ela ajuda a regular o clima do planeta ao conduzir o calor das águas quentes do trópico para regiões de latitude mais alta ao norte, como a Europa e a América do Norte.  Se a sua velocidade for suficientemente reduzida, isso poderia ter um impacto negativo sobre a vida marinha e as comunidades que dela dependem.

“Não acreditamos que haverá um colapso da Corrente do Golfo, mas nós esperamos que haja impactos. É por isso que estamos monitorando tão atentamente o Giro de Beaufort”, afirma Alek Petty, coautor do estudo e cientista polar do Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa, em Greenbelt, Maryland.

O estudo revelou também que, embora o Giro de Beaufort esteja desequilibrado devido à energia extra do vento, a corrente expele esse excesso de energia ao formal pequenos redemoinhos circulares de água.  Embora o aumento da turbulência tenha ajudado a manter o sistema equilibrado, o fenômeno tem o potencial de provocar mais derretimento do gelo, já que ele mistura camadas de água doce e fria com as águas relativamente mais quentes e salgadas de camadas inferiores.  O derretimento do gelo poderia, por sua vez, provocar mudanças na forma como nutrientes e matéria orgânica do oceano são misturados, afetando significativamente a cadeia alimentar e a vida selvagem do Ártico.  Os resultados revelam um equilíbrio delicado entre vento e oceano, no momento em que a calota polar diminui de tamanho devido à mudança climática.

“O que esse estudo está nos mostrando é que a perda de gelo marinho tem impactos realmente importantes sobre o nosso sistema climáticos; e nós estamos apenas começando a descobrir esses impactos”, afirma Petty.

Tradução: Danilo Fonseca

Várias Simulações de Mudança Climática Preveem Temperaturas Muito Maiores do que o Esperado

Dan Robitzski

Futurism.com

3 de fevereiro de 2020

Cenário de Pesadelo

Vários modelos que preveem o futuro da mudança climática deram uma guinada drástica para pior: diversas equipes de pesquisa estão agora prevendo que o planeta sofrerá um aquecimento mais catastrófico do que antes de antecipava.

As mudanças são tão drásticas que alguns pesquisadores estão duvidando de seus próprios trabalhos, segundo a Bloomberg. Mas, se as simulações estiverem corretas, elas mandam uma mensagem clara: para evitar o pior cenário possível em termos de mudança climática, os líderes mundiais terão que tomar medidas enérgicas rapidamente.

Dúvidas

É possível que esses modelos, que preveem o quanto as temperaturas globais aumentarão com determinados níveis de emissão de gases de efeito estufa, revelem-se inexatos.

Por exemplo, o pesquisador Klaus Wyser, do Instituto Hidrológico e Meteorológico Sueco, disse à Bloomberg que o salto súbito na previsão pode estar errado. Mas ele afirmou também que é muito cedo para saber.

“Nós torcemos para que essa não seja a resposta certa”, disse ele.

Variável que confunde

Segundo o artigo da Bloomberg, parte da discrepância poderia se dever à inerente dificuldade de se prever como as nuvens afetam o clima. Quando uma equipe retirou simulações atualizadas de nuvens, a previsão retornou aos níveis anteriores.

“O que me assusta é que o nosso modelo pareceu melhor por alguns motivos físicos muito bons”, disse à Bloomberg Andrew Gettelman, do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica “Portanto, não podemos ainda descartá-lo”.

LEIA MAIS (em inglês): Climate Models Are Running Red Hot, and Scientists Don’t Know Why [Bloomberg] Tradução: Danilo Fonseca

Água de Marte era rica em minerais e salgada

Astrobiology Magazine

21 de janeiro de 2020

Atualmente, a Terra é o único local conhecido no Universo em que existe vida.  Neste ano o Prêmio Nobel de física foi concedido a três astrônomos que provaram, há quase 20 anos, que planetas são comuns em outros sistemas estelares. A vida ocorre de diversas formas, desde organismos portadores de telefones celulares, como os seres humanos, até micro-organismos onipresentes, que habitam quase todo centímetro quadrados do planeta Terra, afetando quase tudo que nele ocorre.  Provavelmente demorará um pouco até que seja possível mensurar ou detectar vida além do Sistema Solar, mas o nosso sistema planetário possui diversos locais que podem dar indicações de como é difícil para a vida ter início.

Marte está no topo da nossa lista por dois motivos. Primeiro, ele está relativamente próximo da Terra, se comparado às luas de Saturno e Júpiter (que também são consideradas boas candidatas para a descoberta da vida além da Terra no Sistema Solar, e que foram selecionadas para exploração na próxima década). Segundo, Marte é extremamente observável por não possuir uma atmosfera densa como Vênus e, até o momento, existem evidências muita boas de que a temperatura e a pressão superficiais de Marte oscilam em torno do ponto em que a água em estado líquido – considerada essencial para a vida – pode existir. Ademais, existem fortes indicações na forma de deltas de rios observáveis, e, mais recentemente, de mensurações feitas na superfície do planeta, de que a água líquida de fato fluía em Marte bilhões de anos atrás.

Os cientistas estão ficando cada vez mais convencidos de que, bilhões de anos atrás, Marte era habitável. Se o planeta foi, ou se ainda é, de fato habitado, continua sendo uma questão bastante debatida.  Para demarcar melhor essas questões, os cientistas estão tentando entender os tipos de química da água que poderiam ter gerado os minerais observados atualmente em Marte, e que foram produzidos bilhões de anos atrás.

Salinidade (a quantidade de sal presente), pH (medição do grau de acidez daquela água) e estado redox (grosso modo, uma medida da abundância de gases como hidrogênio [H2, indicando ambientes redutores] ou oxigênio [O2, indicando ambientes oxidantes; sendo os dois tipos, de forma geral, mutuamente incompatíveis]) são propriedades fundamentais das águas naturais.  Como exemplo, a atmosfera moderna da água é altamente oxigenada (contendo grandes quantidades de O2), mas hoje em dia é necessário apenas escavar alguns centímetros em uma praia ou um lago para encontrar ambientes altamente reduzidos.

Recende medições remotas em Marte sugerem que os ambientes antigos do planeta podem indicar pistas sobre a habitabilidade inicial do planeta. Especificamente, as propriedades da água subterrânea contida no interior de sedimentos, aparentemente depositada em lagos na Cratera Gale de Marte, sugere que tais sedimentos se formaram na presença de água líquida que possuía um pH próximo ao dos atuais oceanos da Terra.  É claro que os oceanos da Terra abrigam uma miríade de formas de vida, sendo assim parece convincente a ideia de que, quando Marte era jovem, o ambiente na superfície do planeta poderia ter sido habitado pela vida da Terra contemporânea. Porém continua sendo um mistério o motivo pelo qual é tão difícil encontrar evidência de vida de vida em Marte.

Tradução: Danilo Fonseca

Óvnis Podem Ser Humanos do Futuro Viajando no Tempo

Kristin Houser

Futurism.com

Os Aliens somos Nós

Um novo livro sugere que os cientistas examinem com mais atenção uma ideia aparentemente bizarra: que os pilotos dos óvnis não são extraterrestres, mas viajantes do tempo humanos vindos do futuro.

“Nós sabemos que estamos aqui. Sabemos que os humanos existem. Sabemos que tivemos uma longa história evolucionária neste planeta. E sabemos que a nossa tecnologia será mais avançada no futuro”, disse a Space.com Michael Masters, professor de antropologia biológica da Universidade Tecnológica de Montana. “Eu creio que a explicação mais simples, naturalmente, é que os pilotos dos óvnis somos nós”.

Para a Ciência

Masters não é o primeiro a levantar essa hipótese. Mas, no seu novo livro, ele procura defendê-la usando o seu conhecimento em antropologia. Se os futuros cientistas pudessem retornar ao passado para verificar como eram os humanos de hoje, em vez de tentarem aprender sobre isso a partir de relíquias antigas, seria difícil que eles deixassem passar tal oportunidade.

“Os alegados relatos de abdução são, em sua maior parte de natureza científica”, disse Masters a Space.com. “É provável que esses visitantes sejam antropólogos, historiadores e linguistas do futuro que estão retornando para buscar informações, de uma forma que atualmente não é possível para nós sem acesso à tecnologia deles”.

Turistas do Tempo

Mas Masters acredita que os cientistas não seriam os únicos humanos do futuro que poderiam nos visitar por meio dos óvnis. Ele acha que as viagens no tempo poderiam ser também uma grande indústria turística do futuro.

“Sem dúvida, no futuro, há aqueles que pagarão muito dinheiro para terem uma oportunidade de retornar e observar o seu período favorito na história”, disse ele a Space.com. “Alguns dos pontos turísticos mais populares são as pirâmides de Giza e Machu Picchu, no Peru… sítios antigos e pré-históricos”.

LEIA MAIS (artigos em inglês): Os aliens somos nós? Óvnis podem ser pilotados por humanos viajantes do tempo, argumenta livro [Space.com]

Link para o artigo original em inglês: https://futurism.com/the-byte/professor-ufos-time-traveling-humans-future

Tradução: Danilo Fonseca

Substâncias destruidoras do ozônio provocaram a metade do aquecimento do Ártico no final do século 20

por Universidade Columbia

20 de janeiro de 2020

Um artigo científico publicado em 1985 foi o primeiro a anunciar a existência de um buraco crescente no ozônio atmosférico da Terra sobre a Antártica.  Os cientistas determinaram que a causa do fenômeno estava em substâncias destruidoras do ozônio; compostos halogenados artificiais de vida longa.   Embora hoje em dia os efeitos destruidores dessas substâncias sobre o ozônio sejam bem entendidos, à época havia pouca pesquisa sobre os seus impactos mais amplos sobre o clima. 

Um estudo publicado hoje (20/01) no periódico “Nature Climate Change” por pesquisadores da Universidade Columbia examina o efeito estuda das substâncias destruidoras do ozônio e revela que elas causaram cerca de um terço do aquecimento global entre 1955 e 2005, e a metade do aquecimento e perda de gelo marinho no Ártico naquele período.  Assim, elas atuaram como um potente suplemento do dióxido de carbono, o mais pervasivo gás de efeito estufa. Desde então, os seus efeitos começaram a diminuir, já que elas não são mais produzidas e vão se desagregando lentamente.

As substâncias destruidoras do ozônio (ODS na sigla em inglês) foram desenvolvidas nas décadas de 1920 e 1930 e passaram a ser popularmente usadas como refrigerantes, solventes e propelentes.  Elas são feitas exclusivamente pelo ser humano, de forma que, antes desse período, não existiam na atmosfera.  Na década de 1980, um buraco na camada de ozônio estratosférico da Terra, que filtra grande parte da danosa radiação ultravioleta do Sol, foi descoberto na Antártica.  Os cientistas rapidamente atribuíram isso às ODS.

O mundo inteiro entrou em ação, fechando um acordo global para acabar gradativamente com o uso das ODS.  O Protocolo de Montreal, conforme foi chamado o acordo, foi assinado em 1987, tendo entrado em vigor em 1989. Devido à rápida reação internacional, as concentrações atmosféricas da maior parte das ODS atingiram o seu ápice no final do século 20 e desde então vêm caindo. Entretanto, durante pelo menos 50 anos, os impactos climáticos da ODS foram extensos, conforme revela o novo estudo.

Cientistas da Escola de Engenharia e Ciência Aplicada da Universidade Columbia e do Observatório da Terra Lamont-Doherty utilizaram modelos climáticos para entender os efeitos das ODS sobre o clima do Ártico. “Nós mostramos que as ODS afetaram o clima do Ártico de uma forma substancial”, diz Michael Previdi, pesquisador do Observatório Lamont-Doherty. Os cientistas chegaram às suas conclusões usando dois diferentes modelos climáticos que são amplamente empregados pela comunidade científica, sendo ambos desenvolvidos no Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos Estados Unidos.

Segundo os autores, os resultados salientam a importância do Protocolo de Montreal, que foi assinado por quase 200 países. “A mitigação climática está em andamento neste momento, já que essas substâncias estão diminuindo na atmosfera, graças ao Protocolo de Montreal”, diz Lorenzo Polvani, principal autor do estudo e professor do Departamento de Física e Matemática Aplicadas da Universidade Columbia.  “Nas próximas décadas, elas contribuirão cada vez menos para o aquecimento global. E isso é uma boa notícia”.

Link para artigo original em inglês: https://phys.org/news/2020-01-ozone-depleting-substances-late-20th-century-arctic.html?fbclid=IwAR0hP0pQNHxJl_bsTmElGqCD3o9AHJDfwxcV3oGFzVYkZgP-6YOGyWLy7aM

Tradução: Danilo Fonseca

Asteroide, e não vulcões, acabou com os dinossauros

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

por  Universidade Yale

A atividade vulcânica não desempenhou qualquer papel direto no episódio de extinção de massa que acabou com os dinossauros, segundo uma equipe de pesquisadores internacionais liderada pela Universidade Yale.  Tudo teve a ver com o asteroide. 

Em um rompimento com vários outros estudos recentes, a professora assistente de geologia e geofísica de Yale, Pincelli Hull, e seus colegas argumentam em um novo artigo científico publicado no periódico “Science” que os impactos ambientais provocados por erupções vulcânicas massivas na Índia, na região conhecida como Basaltos de Decão, ocorreram bem antes do episódio de extinção do Cretáceo-Paleógeno, 66 milhões da anos atrás e, portanto, não contribuíram para a extinção em massa.

A maioria dos cientistas reconhece que o episódio de extinção em massa, também conhecido como K-PG, ocorreu após um asteroide chocar-se com a Terra.  Alguns pesquisadores também tem estudado o papel dos vulcões no K-PG devido a indícios de que a atividade vulcânica ocorreu mais ou menos à mesma época.

“Os vulcões podem provocar extinções em massa, porque eles liberam grande quantidade de gases, como SO2 e CO2, que podem alterar o clima e acidificar o mundo”, diz Hull, a autora do novo estudo.  “Mas trabalhos recentes concentraram-se no período em que ocorreu a erupção de lava, e não na liberação de gases”.

Para determinarem o momento em que ocorreu a emissão de gases vulcânicos, Hull e seus colegas compararam a mudança de temperatura global e os isótopos de carbono (um isótopo é um átomo com um número de nêutrons maior ou menor do que o normal) de fósseis marinhos com modelos do efeito climático da liberação de CO2.  Eles concluíram que a maioria do gás foi liberado muito antes do impacto do asteroide, e que o asteroide foi a causa única da extinção.

“A atividade vulcânica no final do Cretáceo provocou um episódio de aquecimento global gradual de cerca de dois graus, mas não uma extinção em massa”, afirma o ex-pesquisador de Yale, Michael Henehan, que compilou os registros de temperatura para o estudo.  “Diversas espécies mudaram-se para os polos Norte e Sul, mas elas retornaram bem antes do impacto do asteroide”.

“Muita gente teorizava que os vulcões foram um fator importante para o K-PG, mas nós estamos afirmando que não foram”, acrescenta Hull.

Pesquisas recentes sobre os Basaltos de Decão, na Índia, também indicaram que houve erupções massivas imediatamente após o episódio de extinção massiva K-PG. Esses resultados confundiram os cientistas, já que não há um episódio de aquecimento que se encaixe nesse cenário. O novo estudo sugere também uma resposta para esse enigma.

“O K-PG foi uma extinção massiva e isso alterou profundamente o ciclo global do carbono”, afirma o pesquisador de pós-doutorado de Yale, Donald Penman, responsável pelos modelos utilizados no estudo.  “Os nossos resultados demonstram que essas mudanças permitiriam que o oceano absorvesse uma quantidade enorme de CO2 em escalas de tempo muito longas, talvez camuflando os efeitos de aquecimento provocados pelo vulcanismo ocorrido após o impacto”. 

Link para o artigo original: https://phys.org/news/2020-01-death-dinosaurs-asteroidnot-volcanoes.html?fbclid=IwAR0M5Gpjt-SGzeQh3z8D-5CQOEAjOXdqxIGwgC_4Nv1OVrR0WZnsYEOT1o8

Tradução: Danilo Fonseca

Cientistas dizem que parece haver algo de errado com o Universo

19 de janeiro de 2020

Em julho passado, nós anunciamos que os cientistas estavam encontrando problemas para determinar a Constante de Hubble, um número que representa a velocidade de expansão do nosso Universo.

Naquela época, uma nova pesquisa propunha que esse número era de 69,8 quilômetros por segundo por megaparsec (km/seg/Mpc), enquanto que vários outros cientistas haviam calculado anteriormente o valor da constante como sendo 72, 73,5 ou 74. Agora, uma equipe da Universidade da Califórnia em Davis publicou a sua própria pesquisa sobre a Constante de Hubble — e conclui que o número correto é 77.

O problema com todas essas discrepâncias é que nós realmente precisamos determinar o valor da Constante de Hubble, caso queiramos entender praticamente tudo a respeito do Universo.

“A Constante de Hubble é o parâmetro cosmológico que determina a escala absoluta, o tamanho e a idade do universo”, disse Wendy Freedman, a física que chegou ao valor de 69,8, em um comunicado à imprensa em julho passado. “Essa é uma das formas mais diretas que temos para quantificar como o Universo evolui”.

Cada um dos estudos acima abordou o problema da Constante de Hubble de uma maneira diferente — Freedman, por exemplo, examinou estrelas gigantes vermelhas para chegar ao seu número, enquanto que a equipe da Universidade da Califórnia em Davis utilizou sistemas de lentes gravitacionais.

Existe uma possibilidade de que a maioria dessas equipes, se não todas, simplesmente tenham errado no cálculo — afinal de contas, elas estão lidando com diversas variáveis que poderiam alterar as suas medições.

Mas o físico Adam Riess disse aoThe Washington Post que existe uma outra possibilidade: “Ninguém está errado. Há alguma outra coisa se passando no Universo”.

LEIA MAIS (artigos em inglês): Scientists are baffled: What’s up with the universe? [The Washington Post]

Mais sobre a Constante de Hubble: New Hubble Data Breaks Scientists’ Understanding of the Universe

Artigo original: https://futurism.com/the-byte/universe-doesnt-look-right?fbclid=IwAR3izpQ0joJHEpFuFmOLJXY7bKItX8ThSx6WV1NbBRF57hKsVpjG4uhDiPo

Tradução: Danilo Fonseca

Design a site like this with WordPress.com
Get started